UM GRITO EM LIBERDADE © 2008

Reconheço tudo o que fui,

A tristeza e a dor profunda,

O amor e a ilusão inundam.

Num pranto de lágrimas falsas

Escrevo o que não sinto,

Palavras baças e descalças.

Reflexos do pensamento

Que servem por dentro,

Em teste, ao meu modo desatento.

Sou um eco do que vivi,

Uma sombra que já passou,

O que em mim resiste, sorri,

Mesmo quando a alma se calou.

E assim vou, num traço incerto,

Entre a ilusão e o lamento,

Procurando em mim o deserto,

Onde talvez haja algum alento.