UM GRITO EM LIBERDADE © 2008

Tenho plantado durante a vida,

As sementes da felicidade,

Com esperança e fé, bem nutrida,

Cultivando o solo com lealdade.

Mas após décadas amanhadas,

Essas sementes, tão desejadas,

Nunca germinaram em verdade,v

Deixando-me na sombra da realidade.

Não sei se foi por ruindade,

Ou talvez por ternas em virgindade,

Que debaixo da terra apodreceram,

Sem nunca florirem, como mereceram.

O esforço, o cuidado, foi em vão?

Ou foi a terra que negou a ação?

Talvez a vida, em sua sabedoria,

Tenha reservado outro dia,

Para que, em tempo oportuno, sem prisão,

As sementes brotem em plena floração.

Até lá, aguardo com paciência,

Porque na vida há sempre uma essência,

Que nas profundezas do solo, escondida,

Um dia rompe, trazendo à luz a prometida vida.