UM GRITO EM LIBERDADE © 2008
As palavras soam-me a falsas
Quando as pronuncio, prefiro
Em registo senti-las escassas,
Mas direcionadas num tiro.
Com um alvo escolhido
E certas na sua precisão,
Atingindo o mais fingido
Que ferido diz não, não.
Igual aos demais na rua
A deambular moribundo,
Na última tentativa nua.
Pernoita na noite suja
E parte demente,
Antes que a vida surja.
Cada verso é um reflexo mudo
Do que se evita sentir e ver,
Numa dança entre o fim e o tudo,
Onde a alma resiste sem ceder.