UM GRITO EM LIBERDADE © 2008
Existir num eixo paralelo, é em verdade, não promiscuir,
E repousar o olhar profundo,
Longe das distrações que fazem ruir,
Os pilares do ser, no silêncio fecundo.
Ficar de fora, ver à distância,
O que entretém o mundo na sua ânsia,
A ignorância sem estilo, que corre solta,
Enquanto a sabedoria, calma, se revolta.
Nesse eixo paralelo, encontro a paz,
Onde a mente se aquieta, e o coração é capaz,
De perceber a futilidade do que é passageiro,
Enquanto o olhar, sereno, contempla o verdadeiro.
Existir assim, sem se misturar na vaidade,
É preservar a essência, a pura realidade,
E, mesmo vendo o mundo a girar em sua dança,
Manter-se firme, em profunda observância.
Afastado das ilusões que seduzem o espírito,
Permaneço no eixo, em harmonia e rito,
Pois é na distância que a verdade se revela,
E, no silêncio do olhar, a alma se enovela.