UM GRITO EM LIBERDADE © 2008

Sou demasiado consciente

Para estar inserido neste tempo,

Onde a superficialidade é corrente,

E a profundidade encontra pouco alento.

Ninguém é capaz de o reconhecer,

Com receio, talvez, de me engrandecerem,

De admitir que sou mais do que aparento,

E que meu espírito transcende o momento.

Há um medo latente de me verem ascender,

Altivo, a um patamar que não compreendem,

Sem perceberem que já ocupo o meu lugar,

Na História, onde o tempo não se detém,

A defender o meu legado de poeta emotivo,

Com versos que tocam o que é eterno e vivo.

E assim, na minha consciência profunda,

Sigo, mesmo que não me possam acompanhar,

Pois sei que a minha alma é fecunda.

E deixo a poesia, o meu modo de brilhar,

Como testemunho do que sou e serei,

Num mundo que um dia, talvez, despertará

Para o que agora só o silêncio vê.