ALIANÇA © 2010

Senhor, como é que os povos irão converter-se a Ti,

Se apenas acreditam em si próprios, no seu tempo de vivência,

Se o seu olhar está preso na finitude, sem ver o porvir,

E o coração já não ouve o chamado da Tua essência?

Mas tu, que és paciência infinita e amor sem fim,

Sabes que, mesmo no orgulho e na cegueira,

Há uma centelha que, no tempo certo, há de surgir,

Rasgando a sombra com a luz da verdadeira maneira.

Talvez o mundo precise ainda de errar e cair,

Para no fundo do abismo encontrar o caminho,

Pois só quem se perde pode aprender a seguir

A senda que conduz ao Teu amor divino.

E na hora em que o silêncio for maior que o ruído,

Quando o tempo humano já não os puder sustentar,

Os povos verão, Senhor, que sempre foste o abrigo,

E a Ti, enfim, irão voltar, para Te adorar.