REFLEXÕES © 2011
Quem nela se perde chama-lhe vida,
Vive-a sem medo, com ânsia e paixão,
Mas eu, que sou o mundo recolhido em ferida,
Vejo nela apenas um eco em solidão.
Sou silêncio, sou sombra na madrugada,
Carrego nos olhos o peso da verdade,
E essa vida, que por tantos é amada,
Para mim é cicatriz, pura saudade.
Chamo-lhe minha ferida, aberta e latente,
Que pulsa nas profundezas do meu ser,
E enquanto o tempo passa, indiferente,
A dor é o único caminho para me reconhecer.