REFLEXÕES © 2011
A realidade é sempre outra,
Uma teia de sonhos que se desenha à margem,
Na qual, por mais que te esforces,
Nunca conseguirás estar verdadeiramente incluído.
É como um reflexo distorcido no espelho,
Que muda conforme te aproximas,
E quanto mais tentas pertencer,
Mais a tua essência se dissolve nas linhas.
Pois o mundo, com suas camadas e máscaras,
Desvia-te do centro, da tua verdade,
E o que te parece real, ao toque,
Revela-se vazio, uma miragem sem validade.
Mas talvez o segredo esteja em aceitar,
Que a realidade não é para ser possuída,
Apenas vivida, na sua impermanência,
Como o vento que passa, sem deixar ferida.