REFLEXÕES © 2011

Às vezes esqueço quem sou!

No som dos instrumentos,

No chilrear dos pássaros, no rugido do leão,

E no sangue que lateja no coração.

Perco-me nas vozes do mundo,

Nas correntes do tempo que me arrastam,

Mas algo me chama, profundo,

Uma verdade que me abraça.

E o que me faz viver pleno é saber

Que existe alguém que nunca esquecerá,

Este olhar solitário, lacrimejante,

Que um dia se desfez em emigrante.

Sempre, sempre longe,

Mas nunca intimamente ausente,

Sempre, sempre perto, ao lado,

De quem sempre amará, calado.

E nesse silêncio, o amor resiste,

Forte como o vento, invisível ao olhar,

Mesmo distante, persiste,

Pois há corações que sabem esperar.

O emigrante pode partir, mas o amor,

Esse, nunca deixará de existir.