REFLEXÕES © 2011
Os pés da ignorância
São capazes de dar pontapés a uma criança,
Cegos à dor que semeiam no chão,
Insensíveis à fragilidade da infância.
E, ao vê-la sofrer,
Com lágrimas nos olhos, sem defesa,
Ainda se riem da sua condição,
Como se o sofrimento fosse uma incerteza.
Ignoram o grito silencioso,
Que na inocência busca abrigo,
E no riso cruel, tão escandaloso,
Escondem o vazio, o medo antigo.
Mas a verdade há de resplandecer,
E a justiça, em sua hora, virá.
Pois o coração puro pode sofrer,
Mas nunca deixará de brilhar.