CARTAS AO DESTINO © 2012
Chegam tarde,
Os diálogos já foram processados
Nas entrevistas imaginárias
Que, em silêncio, desenhei nos meus fados.
Cada palavra, cada pergunta,
Já ecoou nas salas vazias,
Onde só a minha sombra respondia
Aos rostos que nunca se apresentaram.
Era ali, no palco da mente,
Que as conversas ganhavam vida,
Mas agora, que chegam tarde,
São ecos de uma história esquecida.
O que tenho para dizer
Já foi dito no murmúrio interno,
Nas confissões solitárias,
Onde o tempo é eterno.
Chegam tarde, como ecos de um sonho,
Que já se dissipou no vento,
E as respostas, antes tão claras,
Agora perdem-se no esquecimento.
Ficam as entrevistas de nada,
Rascunhos de um diálogo ausente,
E o que resta, no fim,
É a quietude de uma alma clemente.