CARTAS AO DESTINO © 2012

Choro a presença de Deus,

Como uma criança, pela distância,

Com lágrimas que se perdem no silêncio,

Num clamor de pura ânsia.

Sinto-O tão longe, e eu tão pequeno,

No vasto espaço da minha dor,

Como se as Suas mãos, outrora tão perto,

Estivessem agora num distante fervor.

É um choro que não se explica,

Uma saudade que dói no peito,

De quem conhece o calor divino

Mas teme o frio do seu defeito.

E como uma criança perdida,

Procuro-O no vazio do tempo,

Esperando que a Sua luz me envolva

E traga de volta o meu alento.

Choro a presença de Deus,

Porque sei que sem Ele, sou nada.

E cada lágrima é uma prece,

Na esperança de ser por Ele chamada.