CARTAS AO DESTINO © 2012

Senhor, possa eu fazer estremecer a terra com a minha voz,

Que ela ressoe como trovão nas montanhas,

Desperte os corações adormecidos,

E faça ecoar a verdade nas entranhas.

Mas que, ao mesmo tempo, seja suave,

Como o murmúrio de um rio a fluir,

Que as palavras, embora fortes,

Tragam paz a quem as possa ouvir.

Torná-la-ei doce como algodão,

Nas plantações infinitas do Teu amor,

Onde cada sílaba seja um abraço,

A envolver o mundo em calor.

Senhor, faz-me instrumento da Tua vontade,

Que minha voz seja ponte entre o céu e a terra,

Para estremecer o que precisa ser movido,

E suavizar o que em dor se encerra.

Que eu saiba equilibrar o poder e a ternura,

Que a minha voz seja firme e bela,

E que, nas plantações da eternidade,

Ela floresça como uma estrela.