CARTAS AO DESTINO © 2012

Já não é preciso comprá-los,

Porque estão todos vendidos,

Embrulhados em promessas vazias,

Perdidos em valores retorcidos.

As almas, que outrora eram livres,

Agora carregam o peso da venda,

Trocadas por favores efémeros,

Por aquilo que a verdade não defenda.

O preço? Já não importa,

Pois a dignidade foi esquecida,

Num mercado onde o que resta

É a ilusão de uma vida comprida.

Estão todos vendidos,

Sem sequer saber o seu valor,

Entregues a mãos estranhas,

Desconhecendo o verdadeiro amor.

E quem tenta comprá-los,

Já nem precisa de moedas,

Pois o mundo se apoderou

Das suas almas enfraquecidas e quedas.

Mas haverá sempre quem resista,

Quem veja além da venda imposta,

Aqueles que nunca se rendem,

Que mantêm a sua chama exposta.