CARTAS AO DESTINO © 2012
Por muita discrição que tenhas,
Existe sempre um olho que vê,
Nas sombras ou na claridade,
Nada escapa ao que é para ser.
Podemos caminhar em silêncio,
Esconder os passos no vento,
Mas há sempre um olhar atento
Que capta o nosso movimento.
Não é o olho humano que vigia,
Nem o julgamento terreno,
Mas o olhar que transcende o tempo,
Que conhece o mais pequeno aceno.
Por mais que te escondas em segredos,
Que disfarces o que és por dentro,
A verdade, mais cedo ou mais tarde,
Revelar-se-á no seu próprio centro.
Porque, na vastidão do universo,
Tudo está interligado e a vibrar,
E aquele que tenta passar despercebido
Acaba por um dia, se revelar.