CARTAS AO DESTINO © 2012

Na hora certa, não valerá a pena fugir,

Todos seremos atingidos pela fúria de Deus,

Como vento que não escolhe direções,

Que desaba sobre santos e ateus.

A fúria de Deus não é castigo,

Mas o despertar de uma verdade esquecida,

Um chamado para o que se perdeu

Na nossa humanidade tão dividida.

Será o momento de olhar de frente

Para tudo o que fomos e fizemos,

Sem máscaras, sem desculpas,

A verdade nua que por tanto tempo escondemos.

Naquela hora, o medo não servirá,

Pois o julgamento será justo e claro,

Não haverá onde nos esconder

Do peso de cada ato raro.

Mas, talvez, no meio da fúria,

Haja também redenção,

Pois mesmo na tempestade divina

Há espaço para o perdão.

Todos seremos atingidos,

Mas que o impacto traga luz,

Para que na fúria de Deus

Se revele, afinal, a cruz.