CARTAS AO DESTINO © 2012

A derradeira passadeira vermelha,

Derramada com o sangue alheio,

Será percorrida pelos nossos pés,

Em silêncio, num destino alheio.

O brilho que cega os olhos,

É sombra do que ficou,

Memórias de batalhas vãs,

De tudo o que o mundo despojou.

Mas, ao caminhar sobre o sangue,

Sentiremos o peso da dor,

Dos que vieram antes de nós,

E deixaram o seu clamor.

Em cada passo ecoa a história,

De vidas que se apagaram,

Num solo tingido de glória,

Que as promessas não alcançaram.

Seremos os últimos a pisar

Nessa estrada rubra e fria,

E o que restará, enfim,

Será o desejo de uma nova vida.