CARTAS AO DESTINO © 2012

O meu cansaço é diferente,

De quem ainda não sofreu o suficiente.

Carrego nos ombros um fardo antigo,

Que só quem conhece a dor sente.

Não é o peso das horas corridas,

Nem das tarefas que o mundo impõe,

É o cansaço das almas feridas,

De quem, em silêncio, se dispõe.

A enfrentar o que não se vê,

A lutar contra sombras e ventos,

A chorar sem que alguém perceba

O vazio dos seus pensamentos.

Este cansaço não tem alívio,

Não passa com o descanso terreno,

Pois é a marca de quem já provou

O amargo da vida sem freno.

Mas, mesmo cansado, sigo adiante,

Com fé que me mantém de pé.

Pois sei que o sofrimento constante

Molda a alma que em Deus crê.