CARTAS AO DESTINO © 2012

Num vai e vem de tentativas,

Os homens acabam sempre

Por se perder nas grutas,

Onde a luz é escassa e o caminho se faz breve.

Na ânsia de encontrar respostas,

Mergulham em labirintos profundos,

Desviam-se da verdade simples,

Perdendo-se nos ecos do mundo.

As grutas são sombras de si mesmos,

Reflexos das suas dúvidas e medos,

E, no desejo de avançar,

Acabam presos nos seus segredos.

Mas, talvez, nas profundezas da escuridão,

Haja também o encontro com o que é real,

Pois só quem se perde de verdade

Pode um dia encontrar o essencial.

E assim, no ciclo de tentativas e erros,

Os homens, mesmo perdidos nas grutas,

Aprendem que o caminho verdadeiro

Está no silêncio que, no fundo, escutam.