CARTAS AO DESTINO © 2012

E, aqueles mais ávidos e sedentos

Na distração habitual de quem ama,

Em jeito ingénuo de ser, alimentados pela ilusão,

Vivem seguindo o rasto invisível das suas pétalas.

São corações que não questionam

Que abraçam sonhos no ar,

E, no toque suave da brisa

Acreditam encontrar o amor.

Cada pétala que cai, silenciosa,

É um fio de esperança que os guia,

Mesmo que o chão seja incerto

E o caminho lhes fuja dia após dia.

Ingénuos? Talvez, mas puros,

Nos seus passos sem direção,

Pois quem ama de olhos fechados

Segue apenas o eco da emoção.

Alimentados por uma promessa

Que se desfaz como pó no vento,

Mas, ainda assim, persistem,

Sedentos no seu alento.

Vivem de olhos postos no horizonte

Onde o invisível parece real,

E nas suas mãos só restam pétalas

De um amor que, talvez, seja mortal.