CARTAS AO DESTINO © 2012
Toda a bolha que rebenta acaba em ferida,
Como promessas de perfeição desfeitas no ar,
O que parecia intocável, frágil no seu brilho,
Deixa um rastro de dor ao se quebrar.
A ilusão que cresce, inchada e bela,
Num momento se desfaz, e o vazio desponta,
O que antes reluzia, agora é nada,
E a ferida aberta lentamente se conta.
Mas cada ferida é também uma lição,
Um lembrete de que a bolha não é real,
Que o que se constrói no ar desaba,
E o que é sólido permanece imortal.
Assim, que as bolhas rebentem e as feridas curem,
Pois é no fim da ilusão que a verdade surge,
E só quem se liberta das bolhas da vida
Pode encontrar o caminho que o coração urge.