LINHAS DE PENSAMENTO © 2013

Eu escrevo como aquele que nunca serei,

Pois as palavras carregam o que não vivi,

São ecos de sonhos que desenhei,

Em páginas que o tempo não redimiu para mim.

Escrevo como quem olha de longe,

Para uma versão perdida do meu ser,

Que em algum lugar, de forma exangue,

Caminhou por trilhos que não soube ter.

Porque errei, e nesse erro me moldo,

Talhando versos que a vida não quis,

Mas é no erro que também me soldo,

E em cada palavra, encontro o aprendiz.

Eu escrevo como quem busca um futuro,

Que nas minhas mãos já se desfez,

Mas continuo, teimoso e seguro,

A escrever o que nunca serei, talvez.